Mais uma carta para o amor.

o pôr do Sol me fascina.

Eu já tive medo de falar sobre o amor.

Sempre me preocupei pois pensava que a minha ideia de como é amar e ser amado jamais seria algo pra mim. É doloroso ter tanto apreço por um sentimento mas passar um bom tempo sem conseguir enxergá-lo na própria vida.

(é engraçado falar sobre não enxergar, afinal, tenho um certo grau de miopia.)

Mas é gratificante ser alguém que sempre busca ver o lado bom das coisas, alguém que apesar de toda a ansiedade sempre gostou da ideia de esperar as coisas boas que a vida tem pra dar.

Em 2022 eu passei por vários processos dolorosos e apesar do ano ainda não ter acabado eu sei que não poderia esperar o finalzinho desse ano para escrever isso. A gente passa por vários processos de cura e muitas vezes cometemos o erro de esperar o amanhã pra analisarmos o que foi aprendido, quando na verdade, reconhecer a melhora já deveria estar em pauta. Voltando ao assunto que trata da minha visão do amor, se você me acompanha aqui sabe que já escrevi sobre ele, mas talvez não saiba que nem sempre me senti digna do mesmo. Nesse ano pude aprender que além de digna, sempre me faltou reconhecer os presentes recebidos no meio do caminho, me faltou a fé necessária para acreditar que sou sim, merecedora desse amor.

(é engraçado falar de fé sendo uma pessoa que trilhou caminhos turbulentos em relação a ela.)

Pessoas.

Tive o imenso prazer de conhecer pessoas maravilhosas e isso me fez muito bem, era o que eu precisava pois as pessoas que conheci esse ano me ajudaram a trilhar um caminho repleto de amor e coisas boas. Eu sou grata por todos que entraram na minha vida nesse ano um pouquinho caótico, mas se me permitem resumir, me bastou uma única conversa para reconhecer coisas que deveria ter notado há um bom tempo.

Quando você é uma pessoa que espalha muito amor, se torna difícil acreditar que todo amor que espalha vai voltar pra você. Afinal, estamos na constante criação de padrões, e eu estou bem longe de estar falando sobre algum hétero de academia. Em um diálogo um pouco atípico eu consegui reconhecer que meus padrões foram atendidos, e que valeu muito a pena ter esperado tanto tempo para ver as flores. Estou pensando em margaridas.

"Deixe que as flores nos lembrem porque a chuva foi necessária."

Você provavelmente percebeu que esse texto é mais importante pra mim do que para qualquer outra pessoa, mas eu espero poder ter trazido uma mensagem importante: somos capazes de passar nossa vida inteira acreditando que não somos dignos pela presença da preguiça de olhar para dentro de nós mesmos. Se torna fácil demais pensar que não vai receber o amor que precisa quando você só olha para os outros. Espalhar o amor que você acha que merece é importante, mas não deixe que o ato de espalhar amor seja o que irá te cegar para aquilo que deve vir em primeiro lugar. Você mesmo.

(é engraçado ficar repetindo a palavra "amor" mas é porque eu quero que entre na sua cabeça.)

Que ao finalizarmos essa ano possamos ser capazes de reconhecer que somos dignos de afeto, que possamos estar confortáveis o suficiente para falar sobre esse afeto e que possamos ser capazes de nos soltar das cordas que prendem nossos pés em lugares onde não sentimos que somos amados. A pior coisa que existe é aceitar o que sabe que não merece por medo de não encontrar algo melhor. Você merece.

Que eu possa guardar tudo isso na minha mente e não esquecer de ser grata pelo aprendizado que o ano e certas pessoas me deram. E que você possa fazer o mesmo.

(é engraçado falar "certas pessoas" quando sei exatamente os nomes.)

"Somos resultado dos livros que lemos, das viagens que fazemos e das pessoas que amamos."

-Airton Ortiz

Que você encontre o amor que tanto semeia;

Que seja capaz de amar por uma vida inteira;

Viva o amor e ser amado.

Que a vida traga mais aprendizados e pessoas gentis o suficiente para terem paciência com nosso ritmo.

seja feliz!

com amor,

Gabriela :)