Uma carta de esperança.


É fácil, prazeroso e doce.

Isso é viver e ter certeza de que se está vivendo.


Há exatos 404 dias eu escrevi uma carta onde falava sobre o quão amargo era viver naquele momento. Caminhei por ruas escuras e me afoguei em diversos mares e não sabia quando tudo aquilo iria acabar. 

Foram dias cruéis.

Quando a gente vai para muito longe da nossa zona de conforto qualquer lugar parece uma armadilha e qualquer sinal de ajuda não soa verdadeiro. Por incrível que pareça foi assim que aprendi que nem sempre é bom estar certa sobre algo, pois foi dessa forma que me tornei grata por quebrar a cara em relação a esse medo. 

Quando você está no chão não existe nada capaz de te convencer que o melhor é tentar se reerguer para ficar de pé, ou ao menos é isso que vem a cabeça, não é? Da última vez que escrevi sobre isso eu comecei falando algo sobre ser difícil viver, mas agora, com o aprendizado que tive durante esse tempo eu posso afirmar que difícil de verdade é nadar contra a maré de nós mesmos. Reconhecer que apesar de todas as feridas o maior obstáculo que encontrei fui eu mesma é algo que dói um pouco, mas é bom poder ser sincera comigo mesma. 

Após reconhecer que a vida não iria andar sem que eu usasse minhas próprias pernas, trilhei um caminho de esperança, onde encontrei pessoas que me curaram. Não podemos afirmar qual o nosso papel na vida das pessoas, mas podemos ter certeza de qual é o papel delas nas nossas vidas. Dependemos apenas de nós mesmos para avançarmos em diversos aspectos de nossa trajetória, mas ter com quem compartilhar não apenas os sorrisos mas também as lágrimas é surreal.


"a vida é a arte do encontro, mesmo que haja tanto desencontro pela vida."

- Vinícius de Moraes 


Algo que foi responsável por me roubar algumas noites de sono foi a incansável busca por algo já pré-definido. O que te faz ter certeza absoluta de que essa é a única forma de chegar até onde você deseja? Qual a necessidade de controlar tudo por medo de dar errado? 

Pode soar como algo ridículo, mas é a falta de certeza que dá graça as coisas. 

Você acha mesmo que valeria a pena evoluir sabendo exatamente qual caminho trilhar? Mais uma vez, isso pode parecer ridículo demais até pra mim, mas qual é a graça de saber de tudo, quando a beleza da vida se encontra na espontaneidade de como reagimos a essas coisas? 

As decisões que tomei, lugares que conheci e pessoas que confiei o suficiente para deixar entrar na minha vida foram alvo da dádiva que é viver um dia após o outro, o que nos torna capazes de deixar as surpresas que ainda virão continuarem nos surpreendendo.


"O mais importante da vida não é a situação em que estamos, mas a direção para a qual nos movemos."

 - Oliver Wendell Holmes


Talvez isso esteja confuso pra caraca, mas se você tem o costume de ler as coisas que eu posto já deveria estar acostumado com a minha forma de ver a vida. 

Sei lá, feliz ano novo.

:)





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