Para minha criança interior.

Sempre gostei da ideia de que o sol que me ilumina hoje é o mesmo que queimava minha pele na primeira vez que fui a praia, ou na primeira vez em que fiz todas as outras coisas que me fizeram uma criança mais feliz.

*

Estava com saudade de jogar os jogos que adorava quando era pequena e resolvi buscá-los na internet. Enquanto jogava cada um deles, uma sensação de paz tomava conta de meu ser. Junto a ela, pude perceber que certa melancolia também se fazia presente.


É estranho como as coisas nunca vão voltar a ser como eram antes. A saudade da inocência, das risadas, brincadeiras, dos doces que eram comprados na esquina de casa e até mesmo o frio na barriga ao precisar andar de ônibus sozinha pela primeira vez... Ser criança e aproveitar essa fase é bom demais.

Me custou um tempo de reflexão para entender algo: essas coisas não sumiram, elas continuam fazendo parte da pessoa que me tornei. O que eu não imaginava é que essa reflexão seria capaz de me trazer mais questionamentos. "Será que não aproveitei o suficiente? Seria melhor se fosse diferente?"

Mas essas perguntas não fazem sentido.

O ontem, assim como o amanhã, não existe no agora. Eles apenas fazem parte de quem nos tornamos. O passado é um grande álbum de lembranças, enquanto o amanhã é um novo que espera ser preenchido pelas lembranças do que fazemos hoje, no presente.

"O ontem é história, o amanhã é um mistério, mas o hoje é uma dádiva. É por isso que se chama presente."
-Kung Fu Panda

As dúvidas sumiram pois consegui compreender que fiz o que pude, aproveitei como achei melhor, aprendi o que devia e amadureci como foi necessário. Mas a vida já sabia que seria assim, eu é que não. Tendo como filme favorito Sociedade dos Poetas Mortos, eu devia entender mais sobre o "Carpe diem".

:)

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