Sobre malas e viagens
Os últimos meses têm sido um misto de ciclos encerrados e arcos de desenvolvimento e, cara, isso assusta. Grande parte das coisas que já escrevi tem a ver com algum pequeno "sinal" que a vida me deu para lembrar de situações presentes no meu dia a dia, e eu acabei de abrir o computador após uma tentativa frustrante de fazer pipoca doce.
Eu sempre faço essa pipoca aqui em casa, mas é domingo a noite e amanhã acordo cedo. Sim, eu deveria estar dormindo.
Se isso te levou a entender que eu estava com pressa, você acertou. O açúcar não deveria ter ficado em fogo alto, era óbvio que ia queimar.
Quando fui lavar a louça achei a situação engraçada. Estou passando pelo mesmo, mas o problema é que além de ser o açúcar que queima na panela eu também sou a mão que aumenta o fogo.
Meu erro foi pensar que, ao passar por determinadas situações e ter saído viva, estaria pronta para seguir em frente de imediato. O que eu não pensei foi que ao correr rápido demais, meus pulmões se esvaziavam mais ainda. As malas ainda estavam abertas e tudo o que eu havia carregado durante muito tempo estava sendo deixado no chão. Não me atentei ao fato de que estava indo rápido demais e que precisaria de todas essas coisas mais tarde.
Não existe a possibilidade de começar algo novo sem carregar as bagagens daquilo que já passou. Você já parou pra pensar em como seria se, toda vez que passasse por algo ruim esquecesse da experiência, te fazendo reviver situações dolorosas de novo e de novo?
Toda essa comparação da minha vida com uma panela de pipoca doce tem a ver com o fato de que não tenho tido paciência pra esperar a vida. Tenho corrido e não tenho enchido os pulmões de ar o suficiente. Tenho tentado recomeçar sem querer levar comigo tudo o que já vivi.
De onde foi que eu tirei que seria fácil? Talvez as malas com a ideia de que não seria tão difícil estivessem mais leves.
:)

Comentários
Postar um comentário